Tiago Leifert inova na transmissão do futebol e divide opiniões
O apresentador, que voltará ao Grupo Globo para a Copa do Mundo do Catar, está no comando da Copa do Brasil no Amazon Prime Video
A Amazon Prime Video surgiu como uma nova possibilidade para os fãs do futebol. Apostando em Tiago Leifert e Casimiro Miguel como protagonistas, a plataforma de streaming virou uma segunda casa para a Copa do Brasil de 2022. Entretanto, o formato proposto pela gigante do entretenimento chegou para concorrer com a transmissão tradicional. O ex-apresentado do BBB, inclusive, já carimbou o passaporte para o Catar, ele foi contratado do grupo Globo para transmitir jogos da Copa do Mundo.
Apresentador e comentarista atuam conversando durante o jogo, deixando o foco na informaçã de lado e assistindo a partida sem uma grande responsabilidade de narrar os acontecimentos. Outros dois pontos importantes são a janelinha dos participantes, que fica amostra durante os 90 minutos e o chat com os assinantes da plataforma.
O segundo jogo deste novo projeto, Flamengo x Altos-PI, foi disputado no último domingo (1º/5). O público reagiu à transmissão de forma distinta, com muitos usuários, principalmente do Twitter, criticando a proposta, mas diversos outros defendendo o narrador e apostando no novo formato.
E o futuro? Para entender a mudança nas transmissões do futebol e como isso pode impactar em futuros eventos que virão esse ano, como a Copa do Mundo do Catar, por exemplo, o Metrópoles conversou com especialistas em streamings. “O mais provável é que a capilarização de diversas transmissões para um mesmo jogo venha para ficar. Ter a opção de customizar é um padrão de consumo que já vem se solidificando na sociedade em muitas frentes e aqui também vai acontecer. Agora, como serão as linguagens dentro de cada customização, isso ainda é para se experimentar. Há que se tomar riscos, como o Leifert vem sendo feito. Mas é aquilo, riscos existem para criarmos o novo, mas também deixam muito exposto quem os toma”, analisou Bruno Maia, CEO da Feel da Match e um dos principais nomes no assunto.
De acordo com Maia, a premissa é experimentar novas ideias nas transmissões. “Ainda estamos no início de um processo de distribuição de conteúdo esportivo ao vivo por streaming. É uma tecnologia que está se adaptando e à mercê de muita experimentação de formato. Isso é necessário para chegarmos a um lugar novo, mesmo sem saber quando será isso. O lugar novo pode se revelar bem parecido com o anterior, inclusive, com o formato tradicional da transmissão se provando a melhor maneira de fazer”, opinou. Por fim, o profissional lembrou das transmissões do Campeonato Carioca promovidas na Twitch. “O que o Leifert tá fazendo, o Cazé já fazia de alguma forma. Se a gente perceber, nas transmissões do Cazé, ele inverteu a lógica na qual a estrela da transmissão é o narrador e o comentarista é um coadjuvante. Cazé é o comentarista e o narrador é um segundo nome nas transmissões dele”, completou.
Para Bernardo Pontes, sócio da Alob Sports e especialista em marketing esportivo, as transmissões com o Tiago Leifert na Prime Video retratam a realidade do mercado. “Cada vez mais, as transmissões esportivas no Brasil vão se adaptar às premissas que os espectadores esperam. Eu tenho certeza que essa transmissão hoje é de uma forma e aquela que ele anunciou, que vai fazer parte do projeto Globoplay na Copa do Mundo, já vai ser totalmente outra. É 100% adaptável à dinâmica e às tendências que os espectadores buscam”, explicitou.
“Hoje em dia, não se cria nada para ninguém, se cria com alguém. Então, a partir do momento que um consumidor indica, sugere, propõe, determinada mudança na transmissão e aquilo se ganha uma notoriedade significativa, a adaptação podem ser feitas nessas transmissões que vem surgindo nos últimos tempo”, Pontes.
Fonte: Gabriel Lima/Metrópoles