Autoexame é popular, mas impreciso para diagnosticar câncer de mama

Médicos alertam que o autoexame não deve ser única estratégia para diagnóstico. Método pode ser ineficaz na detecção de lesões pequenas

Seis em cada dez brasileiras acreditam, erroneamente, que o autoexame é o principal meio de diagnosticar o câncer de mama, segundo mostra a pesquisa Câncer de mama hoje: como o Brasil enxerga a paciente e sua doença?, realizada pelo instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) a pedido da Pfizer. Os dados do levantamento, apresentados nessa quinta-feira (29/9), revelam que ainda há muito desconhecimento sobre as formas de prevenção, rastreamento e tratamento do câncer que mais mata mulheres em todo o mundo.

Embora seja indicado como uma estratégia de autoconhecimento do próprio corpo, o autoexame é pouco preciso e pode deixar passar lesões em estágio inicial, imperceptíveis ao toque. A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), por exemplo, alerta que o método não deve substituir os exames realizados ou prescritos pelo médico.

A mamografia de rastreamento, por outro lado, é capaz de detectar tumores menores do que um centímetro. O exame deve ser feito anualmente por todas as mulheres com mais de 40 anos, independente do estilo de vida ou fatores hereditários e mesmo que não haja sintomas como alteração no aspecto da mama, secreção pelo mamilo ou nódulos. As pacientes com fatores de risco devem antecipar o início da realização da mamografia.

“É importante fazer a apalpação para conhecer o próprio corpo e, se detectar alguma coisa, antecipar a avaliação médica. Mas a mulher não deve esperar os sintomas para fazer a mamografia. O exame é seguro e eficaz como método de rastreamento. Ele pode detectar lesões precursoras e lesões pequenas, de manejo mais fácil e muito mais curáveis” disse a médica Débora Gagliato, especialista em câncer de mama do Centro de Oncologia e Hematologia da Beneficência Portuguesa de São Paulo, no evento de divulgação da pesquisa.

 

Bethânia Nunes/Metrópoles

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