Ana Carolina sobre turnê em que canta Cássia Eller: “Desejo íntimo”

Projeto Ana Canta Cássia – Estranho Seria Se Eu Não Me Apaixonasse Por Você chega a Brasília neste sábado (3/11), às 22h

Cantora, compositora, multi-instrumentista e grande representante do rock brasileiro dos anos 1990, Cássia Eller completaria 60 anos no próximo dia 10. A morte inesperada e precoce em dezembro de 2001 interrompeu uma obra potente, mas não apagou o legado da artista, celebrado por Ana Carolina na turnê Ana Canta Cássia – Estranho Seria Se Eu Não Me Apaixonasse Por Você, que chega ao Centro de Convenções Ulysses Guimarães neste sábado (3/12), às 22h. Os ingressos estão à venda na Bilheteria Digital. Fã de Cássia, a cantora emprestará sua voz potente para interpretar vários sucessos da rebelde do rock. “Cantar Cássia sempre foi um desejo íntimo meu, mas nunca sequer imaginei que fosse possível. Aí, durante a pandemia, a Opus, que gerencia minha carreira, me sugeriu o projeto. No começo fiquei temerosa, porque a Cássia está num lugar intocável para mim. Mas como falar não para um projeto desses? Impossível! Mesmo com medo, topei na hora”, conta Ana Carolina, em entrevista ao Metrópoles.

Ana recorda que entrou em contato com a voz Cássia ainda na adolescência em Juiz de Fora, Minas Gerais, logo no primeiro disco da roqueira. “Depois obviamente fui aprofundando mais sobre a artista, me deixando ser influenciada musicalmente por aquele repertório. Paralelo a isso, também me deixei influenciar como pessoa, como ser humano. A postura da Cássia me abriu os olhos para muitas coisas na época. Foi ali, que me dei conta o tanto que ela me representava e ainda representa”.

Segundo a cantora, a intimidade com a obra facilitou o trabalho de preparação para o espetáculo. ” O trabalho na verdade foi o de mergulhar de novo nessa obra tão extensa e consistente. Nós ouvimos diversas canções à exaustão para entendê-las novamente, ressignificá-las e principalmente encontrar como poderia me conectar musicalmente à Cássia. Foi aí que começamos a trabalhar nos arranjos de forma que falasse com nós duas: ter o meu DNA, mas ao mesmo tempo não abrir mão em nenhum segundo do legado dela”, explica. Ana Carolina dedicada ao show Ao todo, Cássia tem 337 gravações cadastradas no Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD). Para chegar a um setlist que retrate a grandeza de Cássia Eller, Ana estudou a extensa discografia por meses.

“Tivemos que mergulhar na obra e achar um meio termo não foi fácil. Era preciso apresentar um set list de canções muito conhecidas e fundamentais na obra dela, como Malandragem, Segundo Sol, All Star, Milagreiro. Mas também fiz questão de trazer um Lado B, que é até hoje a minha preferida dela: Maluca”.

Dedicada totalmente ao show póstumo, Ana afirma que não tem previsão de lançar novos discos, por enquanto. “Quero viajar por muitas cidades ainda”, diz, para alegria dos fãs — seus e de Cássia.

Apesar do desejo de rodar o Brasil com a homenagem, Ana admite que o show do próximo sábado (3/11), em Brasília, é especial. Foi na capital federal que a intérprete ganhou fama cantando nos bares locais até alçar o estrelato nacional.

“Cantar em Brasília tem um sentimento diferente sempre. Não é à toa que Cássia começou a cantar na cidade e tantas bandas do cenário nacional surgiram na capital. O que se produz localmente é de grande qualidade e isso se reflete no público que é extremamente atento à música”.

 

Fonte: Ranyelle Andrade/Metrópoles

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