Novo ensino médio promete protagonismo do aluno

Modelo está alinhado à BNCC que define competências que devem ser desenvolvidas nas escolas, entre elas estão autoconhecimento e empatia

O novo ensino médio foi criado pela Lei nº 13.415/2017 que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional com a proposta de trazer mais flexibilidade ao currículo. Por meio dele, os estudantes passam a ter possibilidade de escolher os itinerários formativos que querem cursar através de um projeto interdisciplinar que os tornam protagonistas de sua aprendizagem.

Um dos componentes obrigatórios é o projeto de vida, em que os estudantes devem receber apoio pedagógico para entender suas vocações e sonhos e desenvolver as habilidades necessárias para colocá-los em prática. O apoio deve ocorrer sob três óticas: pessoal, social e profissional.

O modelo substitui o antigo formato em que havia 13 disciplinas obrigatórias iguais para todos os estudantes, independentemente de quais fossem seus interesses e necessidades pessoais.

Hoje, apenas uma parte do currículo, o equivalente a 1.800 horas destinadas aos conteúdos nas áreas de linguagens, matemática, ciências humanas e ciências da natureza, é comum a todos os alunos. A carga horária comum representa 60% da grade, os outros 40% devem ser dedicados aos itinerários que reúnem disciplinas, projetos e oficinas que os alunos poderão optar de acordo com seus projetos de vida.

“Os itinerários formativos trazem a possibilidade de articulação de integrar uma ou mais disciplinas que se organizam em torno de um projeto no qual o aluno tem de ser o maior protagonista”, afirma Anna Helena Altenfelder, presidente do Conselho de Administração do Cenpec, entidade do terceiro setor que trabalha na promoção da equidade e qualidade da educação pública do país.

A maior expectativa, segundo Anna Helena, é de que essa novidade ajude a aumentar o engajamento dos alunos em relação aos estudos, diminuindo os índices de evasão e abandono neste ciclo de ensino.

A taxa de abandono escolar no ensino médio na rede pública mais do que dobrou em 2021, de acordo com o Censo Escolar da Educação Básica. Em 2020 esse percentual era de 2,3%, no período de um ano o indicador subiu para 5,6%.

Metrópoles/Redação

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