Governo britânico quer reforma da BBC após escândalo com Lady Di

Relatório aponta conduta antietica de jornalista que entevistou Diana em 1995 e responsabilidade da emissora

O governo britânico anunciou, nesta sexta-feira (21/5), que avaliará a possibilidade de reformar a governança da BBC, após a publicação de um relatório sobre os métodos antiéticos adotados por um de seus jornalistas para conseguir uma polêmica entrevista com a princesa Diana, em 1995.

No relatório, divulgado na quinta-feira (20/5), o ex-juiz da Suprema Corte John Dyson critica o jornalista Martin Bashir por usar documentos falsos para convencer Lady Di a lhe conceder a entrevista, e critica a direção da emissora pública britânica por sua gestão do caso.

Assistida po 22,8 milhões de telespectadores, a entrevista foi considerada uma bomba para a família real na época. Nela, a princesa abriu o jogo sobre os conflitos de seu casamento com Charles e afirmou que havia “três pessoas” na união – referindo-se à Camilla Parker Bowles — na época, amante do príncipe.

Com a entrevista, Martin Bashir impulsionou sua carreira. Em 2003, ele conversou com o astro Michael Jackson, que depois o denunciou ao órgão regulador do setor audiovisual britânico, por divulgar uma imagem distorcida sua. Há uma semana, o jornalista deixou a BBC, alegando motivos de saúde.

O ministro da Justiça, Robert Buckland, disse ao canal Sky News, que o “informe é claramente condenatório”, destacando que ele responsabiliza não só o jornalista, mas também a direção e “as decisões que foram tomadas à época”.

“Isso exigirá um exame detalhado, e é isso que o governo fará com calma para ver o que precisa ser feito para melhorar a governança na BBC”, afirmou. “Agora cabe à BBC garantir que nada disso volte a acontecer”, declarou o primeiro-ministro Boris Johnson.

A publicação do relatório de Dyson provocou uma forte condenação da BBC por parte dos filhos de Diana, que morreu em um acidente de carro em 1997, em Paris, perseguida pelos paparazzi. “É infinitamente triste saber até que ponto as falhas da BBC alimentaram os medos, a paranoia e a solidão dos últimos anos que passei com ela”, reagiu seu filho mais velho, príncipe William, de 38 anos, o segundo na linha sucessória ao trono britânico. Já Harry, relacionou a morte de sua mãe “ao efeito dessa cultura de exploração e de práticas pouco éticas”.

A polícia de Londres, que em março decidiu não abrir uma investigação sobre o assunto, disse hoje que estudará “qualquer nova prova significativa que surja” após o informe.

 

Fonte: Ranyelle Andrade/Metrópoles

Entrevista Lady Di e Martin Bashir

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