Sociedade de Diabetes alerta para riscos da falta de insulina no SUS

Relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) denunciou o risco de falta de insulina análoga de ação rápida no SUS em maio

A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) está preocupada com a possibilidade da falta de insulina análoga de ação rápida no Sistema Único de Saúde (SUS). Um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) identificou que o estoque atual deve durar apenas até o mês de maio.

O Ministério da Saúde realizou dois pregões para adquirir o medicamento, em agosto de 2022 e em janeiro deste ano, mas não conseguiu atrair o interesse das empresas fabricantes. Sem sucesso, o Governo Federal abriu, em 31 de janeiro, um processo de compra emergencial para adquirir, por dispensa de licitação, 1,3 milhão de tubetes de insulina de 3 ml para atender o SUS, com capacidade para 180 dias.

Em entrevista ao Metrópoles, o presidente da SBD, Levimar Araújo, pontuou algumas falhas do Ministério da Saúde ao tratar a compra do medicamento. “As licitações não abrangem uma diversidade de categorias de insulinas, mas produtos bem específicos; o Brasil não tem independência de produção de insulina, ou seja, não há uma fabricação brasileira, apesar de sermos o quinto país com maior incidência de diabetes no mundo; e o processo é muito burocrático tanto para os médicos quanto para os pacientes que dependem do SUS para a obtenção do medicamento”, afirma Araújo.

 

Riscos à saúde

O Brasil é o quinto país com maior número de diabéticos, ficando atrás apenas da China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. São aproximadamente 16,8 milhões adultos doentes, com idades entre 20 a 79 anos. O Atlas da Diabetes, da Federação Internacional de Diabetes (IDF), estima que a incidência da doença em 2030 seja de 21,5 milhões de pessoas.

A falta de medicamento ou a descontinuidade do tratamento agravam a condição e podem levar a complicações coronárias, nos olhos – com a perda de visão –, nos rins e nos nervos. Em casos mais graves, a diabetes pode levar ao óbito.

“O desencadeamento destas outras doenças resulta em mais consultas médicas e internações, que acabam onerando o sistema de saúde. Vale lembrar que a diabetes tipo 2 aumentou muito por conta da pandemia, pois as pessoas mudaram os seus hábitos de vida, reduziram as atividades físicas e a obesidade aumentou”, afirma Araújo.

Bethânia Nunes - Metrópoles

Comentários

Mais Notícias |

Publicidade
Aplicativos