Santos joga bem, busca virada contra o Bahia e desencanta fora após 4 meses no Brasileirão
Peixe vence concorrente direto na luta contra o rebaixamento e volta a dar esperanças
Diego Aguirre afirmou após a derrota para o Cruzeiro que somente um triunfo diante do Bahia amenizaria a crise no Santos. O técnico foi demitido, Marcelo Fernandes assumiu de emergência, fez muitas mudanças e a equipe finalmente desencantou fora de casa após quatro meses.
Com mais agressividade e disposição, o time foi para cima dos baianos e depois de esbarrar no goleiro Marcos Felipe, dono de defesas milagrosas, e sair atrás do placar, buscou a virada com gols de Marcos Leonardo e Furch. Com o triunfo por 2 a 1 nesta segunda-feira, os paulistas subiram para os 24 pontos, agora somente a um dos baianos na luta para deixar a zona de degola. A boa apresentação dá esperanças de fuga da queda no Brasileirão.
Mais uma vez lançado para apagar incêndio em momento turbulento do Santos, o auxiliar Marcelo Fernandes entrou na vaga de Aguirre e modificou bastante o time, a começar pelo esquema, com três zagueiros e a volta de Joaquim na defesa. Lucas Braga e Kevyson foram os alas, com Rincón no meio ao lado de Jean Lucas e de Lucas Lima, de volta à armação. Soteldo cumpriu suspensão e entrou na vaga do machucado Mendoza.
O Santos vinha de sete derrotas, sendo seis seguidas, e um empate como visitante no Brasileirão. Precisando quebrar o incômodo jejum longe de casa, onde não ganhava desde 14 de maio, quando fez 1 a 0 no Vasco, o Santos viu Marcos Leonardo carimbar a trave com somente 19 segundos. Mas o artilheiro estava impedido.
A disposição santista chamava a atenção. Em velocidade, foram mais três chances claras desperdiçadas com somente três minutos de bola rolando. Marcos Felipe saiu arrojado nos pés de Jean Lucas e espalmou a cabeçada de Marcos Leonardo com apenas uma das mãos. Ainda viu a bola de Soteldo ir para fora.
Diferentemente de rodadas anteriores, o Santos “jogava bola”. O forte ímpeto dos visitantes fez o goleiro Marcos Felipe se revoltar e sair aos berros com os companheiros pedindo para o Bahia “acordar”. Além de passar aperto, a equipe de Rogério Ceni não conseguia ameaçar o gol de João Paulo. Quando o fez pela primeira vez, parou no goleiro santista.
Ceni gesticulava bastante e pedia ao Bahia para administrar a posse de bola. Não queria saber de chutão ou ligação direta ao ataque. Do outro lado, a ordem era para o Santos não perder o embalo após bom começo. Sofrendo gols nos últimos 13 jogos, o elenco se abala bastante após ser vazado e a ordem do agitado Marcelo Fernandes era tirar os espaços do rival.
O domínio santista foi diminuindo aos poucos, com o crescimento dos donos da casa. Pela necessidade de ambos em ganhar na luta contra o rebaixamento, a partida ficou aberta, com oportunidades de ambos os lados. Sobrava disposição, mas carecia calma na hora de abrir o placar.
Criticado pela torcida, Everaldo saiu cara a cara após saída errada de Dodô, mas foi fominha e desperdiçou grande chance. A igualdade acabou prevalecendo até o descanso porque Lucas Lima parou em novo milagre de Marcos Felipe no último lance da etapa.
Disposto a não levar o mesmo sufoco da fase inicial, o Bahia voltou melhor postado em campo e evitando que o meio-campo santista trabalhasse com facilidade. Marcos Felipe, contudo, quase foi surpreendido por um cruzamento de Kevyson que se tornou um chute ao gol. Mandou para escanteio.
E quando a fase é ruim… Em ataque no qual o árbitro quase atrapalha, o Bahia abriu o placar. Ramon Abatti Abel saiu pulando para evitar tocar na bola, Gilberto pegou a sobra e rolou para Camilo Cándido acertar belo chute, no ângulo.
O desespero começava a bater no Santos depois de criar bastante, quando Marcos Leonardo deixou tudo igual, em jogada ensaiada. Soteldo cobrou falta para Joaquim desviar de cabeça para dentro da área e encontrar o camisa 9 livre.
Depois de muita insistência, finalmente o Santos superou o goleiro Marcos Felipe.
Após buscar a igualdade, o Santos parecia satisfeito com o ponto somado. A entrada do volante Dodi na vaga de Soteldo sugeria uma postura defensiva na reta final da partida. Mas após nova bola parada, veio o gol do alívio. Joaquim desviou mais uma vez após cobrança de escanteio, Furch dominou sozinho e mandou às redes para decretar a virada e o início do alívio.
FICHA TÉCNICA
BAHIA 1 x 2 SANTOS
BAHIA – Marcos Felipe; Gilberto, Vitor Hugo, Kanu e Camilo Cândido; Acevedo, Yago Felipe (Lucas Mugni) e Thaciano; Ademir (Luciano Juba), Rafael Ratão (Biel) e Everaldo (Vinicius Mingotti). Técnico: Rogério Cebi
SANTOS – João Paulo; Joaquim, João Basso e Dodô; Lucas Braga, Rincón, Jean Lucas, Lucas Lima (nonato) e Kevyson (Júnior Caiçara); Soteldo (Dodi) e Marcos Leonardo (Furch). Técnico: Marcelo Fernandes.
GOLS – Camilo Cándido, aos 14, Marcos Leonardo, aos 27, e Furch, aos 48 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – Ramon Abatti Abel (SC).
CARTÕES AMARELOS – Joaquim (Santos) e Mugni (Bahia).
RENDA – R$ 1.201.641,00.
PÚBLICO – 41.431 presentes.
LOCAL – Fonte Nova, em Salvador.
Reportagem: Estadão conteúdo
Foto: Jhony Pinho/AGIF