Paraná encerra caravana em defesa das mulheres com rede de proteção mais fortalecida

Cerimônia de encerramento para mais de 500 pessoas foi marcada por uma série de assinaturas referentes a ações e programas de governo

O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi), em parceria com a Associação dos Municípios do Paraná (AMP), realizou nesta quarta-feira (6) a cerimônia de encerramento da primeira etapa da Caravana Paraná Unido Pelas Mulheres. O evento foi marcado por uma série de assinaturas referentes a ações e programas de governo voltados a políticas públicas para mulheres paranaenses.

Durante o evento para cerca de 500 pessoas, a primeira-dama Luciana Saito Massa ressaltou os avanços de políticas públicas para mulheres após a criação da Secretaria. “A caravana foi a base e a construção de todo o trabalho realizado pela secretaria, que foi criada no início deste ano”, afirmou.

Ela também destacou a importância das mulheres na sociedade. “Quando falamos de mãe e da mulher, talvez nem todos consigam visualizar, mas existe uma responsabilidade imensa que vai muito além de ser apenas a mãe em uma situação específica. De forma automática, assumimos a responsabilidade de formar, cuidar e zelar por uma família. A família, sendo a base de tudo, é fundamental na construção de uma sociedade”, disse.

A secretária da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa, Leandre Dal Ponte, destacou alguns números da Caravana Paraná Unido Pelas Mulheres, que neste ano teve como objetivo orientar gestores municipais sobre a importância da criação de estruturas de gestão próprias, como secretarias municipais, conselhos, fundos ou órgãos com foco em políticas públicas voltadas a este público.

Com a ação, o Paraná passou de 17 para 41 municípios com um Organismo de Políticas para Mulheres (OPM); de 64 Fundos Municipais dos Direitos da Mulher para 116; e de 149 para 191 o número de Conselhos Municipais de Direito das Mulheres.

“A jornada para a equidade de gênero e justiça social é contínua, e enquanto celebramos nossas conquistas permanecemos firmes no compromisso de ampliar nossos esforços e alcançar ainda mais. Este é apenas o começo de um futuro promissor de igualdade e respeito que estamos construindo para todas e todos no Paraná”, enfatizou.

No encerramento da 1ª etapa da Caravana Paraná Unido Pelas Mulheres também será realizada a I Jornada Técnica de Políticas para Mulheres, que vai ate sexta-feira (08). O encontro será na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR) e envolve capacitação sobre a estruturação do sistema de governança de políticas públicas para mulheres e estratégias de combate ao feminicídio.

ASSINATURAS – O evento foi marcado pela assinatura do protocolo de intenções da Semipi junto ao Departamento de Trânsito do Paraná (Detran/PR) para o programa “Mais Mulheres na Direção”. A finalidade é fomentar e incentivar a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, como meio de promoção de igualdade entre gêneros e iniciação e desenvolvimento da mulher no mercado de trabalho.

Ainda fase de estudos, o programa prevê duas modalidades: a oferta incentivada e a modalidade financiada. A primeira deverá ser realizada na integralidade com recursos do Governo do Estado com a finalidade de atender mulheres em situação de vulnerabilidade a partir de critérios a serem fixados.

A segunda opção, de parcelamento para obter a CNH, é destinada às mulheres que eventualmente não se enquadram nos requisitos econômicos e sociais da proposta anterior. A modalidade prevê o financiamento com taxas de juros menores do que as praticadas do mercado.

Uma parceria com o Instituto Avon, representante do Fundo de Investimento Social Privado pelo Fim das Violências contra Mulheres e Meninas, também foi firmada nesta quarta. O acordo de cooperação vista implementar o Programa Acolhe. O objetivo da parceria é aprimorar e ampliar serviços públicos de acolhimento e proteção às mulheres do Paraná.

Além de oferecer abrigamento alternativo temporário de até 15 dias em hotéis da Accor para mulheres em situação de violência e seus dependentes, o Acolhe oferta pensão completa, serviços de lavanderia, internet, atendimento social, psicológico e orientação jurídica, além de contar com o auxílio da rede multidisciplinar de acesso a direitos femininos de cada município para sua realização.

Houve, ainda, a entrega de um cheque simbólico no valor de R$ 6 milhões, recursos já autorizados para 75 municípios, destinados a ações e programas para mulheres. Um requisito essencial para receber o benefício era a existência de um Conselho da Mulher e de um Fundo Municipal da Mulher.

Outro destaque foi a entrega oficial do Painel Mulheres do Paraná pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) que apresenta um diagnóstico da realidade das mulheres do Estado em cada um dos 399 municípios.

A plataforma de BI (business intelligence) reúne indicadores para produção de informações, análises e produções estatísticas, direcionadas especialmente a gênero, raça, faixa etária e povos e comunidades tradicionais.

​​​​​​​MOSTRA – Como parte das atividades de encerramento desta primeira etapa da Caravana, foi lançada a mostra fotográfica “Feminicídio: Um Crime contra a Equidade”, no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba. A exposição foi aberta ao público em uma parceria com o Instituto Virada Feminina e ficará disponível para visitação até 17 de dezembro.

Com recortes de matérias de jornais que abordam casos de feminicídios no País, incluindo crimes de notoriedade nacional, a mostra expõe histórias, estatísticas, depoimentos e textos que revelam a cruel realidade da violência de gênero. As fotografias trazem à tona a dor e as histórias de mulheres vítimas de violência, visando uma conscientização profunda sobre essa problemática social.

Com patrocínio da Itaipu Binacional, a mostra chama a atenção e sensibiliza sobre a importância da equidade entre mulheres e homens para combater preconceitos, discriminação e, especialmente, a violência direcionada contra a mulher – uma iniciativa que pode contribuir para salvar vidas.

Luciana Casagrande Pereira Ferreira, secretária da Cultura, destacou o papel fundamental que a cultura desempenha na abordagem de questões sensíveis para a sociedade. “Que a cultura seja sempre a voz daqueles que buscam justiça, a expressão daqueles que anseiam por mudança e a inspiração para uma sociedade mais compassiva e igualitária, pelo fim da violência contra a mulher”, disse.

“Não é apenas uma exposição de passagem, mas também para provocar reflexão. A conscientização não é só a partir da fotografia, mas tem que haver uma palestra, uma compreensão e a responsabilidade de todas”, declarou a presidente do Instituto Virada Feminina, Marta Lívia Suplicy, ao defender o papel que a exposição tem na prevenção contra o feminicídio.

Sônia Moura, mãe da vítima de feminicídio Eliza Samudio, ressaltou o papel da sociedade ao presenciar qualquer tipo de abuso contra a mulher, seja físico, patrimonial ou psicológico. “Nós não podemos nos calar a hora que presenciarmos algum tipo de violência contra a mulher. Só com uma intervenção é que a gente consegue prevenir a violência”, destacou.

 

Fonte: AEN

Comentários

Publicidade
Aplicativos