Testamento: A História de Moisés, da Netflix, é fiel à Bíblia?

O docudrama da Netflix desbancou o sucesso de O Problema dos 3 Corpos e se mantém como Top 1 no streaming de 58 países

Testamento — A História de Moisés é o mais novo viral da Netflix. Com apenas três episódios, a série desbancou o sucesso de O Problema dos 3 Corpos e ficou no Top 1 da plataforma em 58 países, incluindo o Brasil. Desde a sua estreia, contudo, uma pergunta paira entre os espectadores: o docudrama é fiel aos textos bíblicos?

Para chegar a essa resposta, é preciso entender que o profeta Moisés é reconhecido em três religiões distintas: Judaismo, Cristianismo e Islamismo. A ele também é atribuída a autoria da Torá. E são historiadores, teólogos e religiosos dessas três vertententes que comentam as dramatizações dos textos sagrados, com o ator inglês Charles Dance (de Game of Thrones) narrando e o ator israelense Avi Azulay no papel do protagonista.

Cada especialista busca entrar na intimidade de Moisés, mas nem todos pautados pelas Escrituras, e, sim, por estudos sobre os costumes da época. As visões plurais e as muitas presunções sobre a personalidade do Príncipe do Egito servem, na verdade, para contextualizar a história e humanizar o relato para quem não está familiarizado com a leitura bíblica. Já que todos os eventos, desde o nascimento até os 40 anos de travessia do deserto, estão presentes na produção.

Trama da minissérie

Com medo do crescimento do povo judeu em suas terras e de uma futura rebelião, o faraó ordena que as parteiras matem todos os recém-nacidos meninos. No que se torna o primeiro relato de desobediência civil feminina da história, Shifra e Puá se negam a cumprir a ordem e ajudam mães judias a esconderem seus bebês dos soldados egípcios.

Assim, num ato de desespero, a mãe de Moisés o coloca em um cesto e o joga correnteza abaixo do Rio Nilo, na intenção que alguém o encontre e o salve da fúria do faraó. Quem encontra a criança é a herdeira do faraó, que chorava o filho neomorto. A princesa adota Moisés, que é criado no palácio com a mesma educação e privilégios dos nobres.

Já adulto, ao conferir a construção de um templo, se depara com um escravo sendo cruelmente castigado. A cena de violência o revolta, e Moisés termina por matar o soldado que afligia o judeu. Ao se tornar um assassino, Moisés foge para o deserto, onde é acolhido por uma família nômade. Lá ele se casa, tem filhos e vira pastor de ovelhas. Até receber um chamado de Deus, que o incube da missão de resgatar o povo da escravidão e os conduzir até a terra prometida. No meio do caminho, os egípcios sofrerão com pragas, mortes e milagres grandiosos (como a abertura do mar morto), que libertará de vez os escravos e marca o início da longa e tortuosa jornada pelo deserto.

 

Fonte: Raquel Martins Ribeiro/Metrópoles

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