Globo de Ouro 2022 é boicotado em Hollywood e pode ser cancelado

Atores, estúdios e até a emissora que transmite a premiação retiraram apoio ao evento até que mudanças sejam implementadas

Desde fevereiro deste ano, o Globo de Ouro, uma das maiores premiações do cinema mundial, enfrenta polêmicas por causa da ausência de representatividade no rol de indicados e vencedores, escolhidos pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood. Além de acusações de racismo, a associação está sendo investigada por corrupção financeira, o que levou atores, plataformas (como a Netflix e a Amazon Studios) e até a NBC, emissora que transmite o evento, a boicotarem a edição de 2022.

Na última segunda-feira (10/5), a NBC divulgou um comunicado cancelando a transmissão do evento. A gota d’água teriam sido e-mails enviados por Philip Berk, membro da HFPA, no quais ele declara que o Black Lives Matter é um “movimento racista de ódio”.

“Continuamos a acreditar que a HFPA está comprometida a uma reforma significativa. No entanto, mudança dessa magnitude leva tempo e trabalho, e sentimos fortemente que a HFPA precisa de tempo para fazer isso direito. Assim sendo, a NBC não vai transmitir o Globo de Ouro de 2022. Presumindo que a organização execute seu plano, temos a esperança de estar em uma posição para transmitir o evento em 2023”, explicou a emissora, em comunicado.

Embora a associação tenha aprovado na semana passada um pacote pedindo o aumento do número de membros em 50% para incluir mais jornalistas negros, além do controle de quem é admitido na associação, a Netflix e a Amazon Studios também retiraram seu apoio ao evento.

“Não acreditamos que essas novas políticas propostas – particularmente em relação ao tamanho e velocidade do aumento de sócios – vão enfrentar a diversidade sistêmica do HFPA e os desafios de inclusão, ou a falta de padrões claros de como seus membros devem operar”, pontou Ted Sarandos, um dos CEO’s da Netflix, em carta endereçada à associação.

“Sabemos que há muitos membros bem-intencionados que desejam uma mudança real – e que todos nós temos mais trabalho a fazer para criar uma indústria igualitária e inclusiva. Mas a Netflix e muitos dos talentos e criadores com que trabalhamos não podem ignorar o fracasso coletivo da HFPA em abordar essas questões cruciais com urgência e rigor”, completou Sarandos.

Atores também se posicionam

O movimento de “cancelamento” do Globo de Ouro também ganhou adesão dos atores. Mark Ruffalo, por exemplo, divulgou um texto na última sexta-feira (7/5) se posicionando. “É desencorajador ver a HFPA, que ganhou proeminência e lucrou com seu envolvimento com diretores e atores, resistir à mudança que está sendo pedida por vários grupos que foram destituídos por causa de sua cultura de segredo e exclusão”, disse ele.

 

Fonte: Ranyelle Andrade/Metrópoles

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