Ministério anuncia novo reforço de vacina anticovid e aponta risco de desabastecimento

Previsão da Saúde é iniciar no fim de fevereiro a imunização de novo reforço contra a Covid para os grupos prioritários, mas diz que recebeu estoques quase zerados do último governo; 370 mil doses venceram e foram incineradas em dezembro

O Ministério da Saúde anunciou, nesta quinta-feira (26), a previsão de iniciar o reforço bivalente de imunização contra a Covid-19 no fim de fevereiro. A perspectiva foi apresentada durante a primeira reunião ordinária da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) de 2023, realizada em Brasília (DF), na Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS). Mas também apontou o risco de desabastecimento, já que os estoques atuais estão baixos.

A expectativa da Pasta é que, a partir de 27 de fevereiro, pessoas acima de 70 anos, imunocomprometidos, comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas, recebam o reforço bivalente. As informações foram apresentadas pelo diretor do Departamento de Imunização e Doenças Imunopreveníveis (SVSA/MS), Éder Gatti.

“Fechamos o ano de 2022 com baixa cobertura vacinal em quase todas as imunizações. Também encontramos um baixo estoque de vacinas. Por isso, temos o risco real de desabastecimento de imunizantes importantes para o nosso calendário, como a BCG, Hepatite B e tríplice viral, por exemplo”, alertou.

Com o cenário, Éder pontuou o risco da reintrodução de casos de poliomielite em território nacional. “Os nossos passos serão de reforço ao compromisso com a ciência, o fortalecimento da atenção primária e ações complementares, como a vacinação nas escolas”, adiantou.

Dirigindo-se aos secretários de Saúde estaduais e municipais presentes, Gatti descreveu a situação dos estoques de vacinas do ministério, tanto para o tratamento da Covid-19 como de outras doenças. Segundo ele, a situação deixada pelo governo anterior representa “risco real” de desabastecimento de alguns imunizantes.

“Por estarem vencidas, mais de 370 mil doses da vacina AstraZeneca foram incineradas em dezembro passado. Encontramos estoque zerado de vacinas Pfizer Baby pediátrica e CoronaVac, o que impede a vacinação de nossas crianças. E o estoque de vacinas bivalente, para iniciar a estratégia de vacina de reforço, estava muito baixo, impedindo articulação e estruturação de uma política publica para a vacinação de nossa população”, descreveu o diretor.

A ministra Nísia Trindade disse, em uma das pausas da reunião, que a “primeira providência” da pasta é a de recompor estoques “para podermos planejar as ações”. Ela acrescentou que o calendário de multivacinação infantil está sendo trabalhado e em breve será divulgado. Com informações do Ministério da Saúde e Agência Brasil.

Imunizante bivalente protege contra cepa original e as variantes Ômicron As vacinas bivalentes ofertadas no Brasil aumentam a imunidade contra o vírus da cepa original, bem como da variante Ômicron. Essas doses serão destinadas aos grupos mais expostos ao risco da doença e que foram vacinados com a vacina monovalente. A vacina é uma atualização em relação aos primeiros imunizantes fabricados contra a Covid-19. A meta é vacinar 90% da população alvo. Na primeira fase, a campanha terá foco em pessoas com idade acima de 70 anos, imunocomprometidos e moradores de comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas. Na sequência (Fase 2, com data ainda a ser definida), a campanha será voltada a pessoas com idade entre 60 e 69 anos. Gestantes e puérperas serão o foco da Fase 3; e profissionais de saúde serão o foco da quarta fase da campanha. Além dos grupos prioritários, o ministério também quer intensificar a campanha com a vacina monovalente para os maiores de 12 anos. A ideia é aumentar a cobertura vacinal nesses outros públicos. A recomendação é: uma dose de reforço para quem tem até 40 anos; duas doses de reforço para quem tem mais de 40 anos. A Pfizer, assim como a Anvisa, reforça que a vacina monovalente original continua sendo importante instrumento no combate à Covid-19. Segundo o Ministério da Saúde, um grande movimento de vacinação em breve será iniciado pelo governo federal, especialmente para reafirmação do PNI, contemplando a proteção à Covid-19, além da prevenção de outras doenças e da regularização da carteira vacinal da população.

Como será a nova fase de vacinação

Fase 1: pessoas acima de 70 anos, imunocomprometidos, comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas Fase 2: pessoas entre 60 e 69 anos Fase 3: gestantes e puérperas Fase 4: profissionais de saúde As datas ainda serão definidas

Boletim Paraná registra mais 624 casos A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa-PR) divulgou novo boletim da Covid-19 nesta quinta-feira (26), com 624 novos casos confirmados e oito óbitos pela doença. As mortes foram de pessoas de 48 a 89 anos. O total de casos no Paraná foi para 2.894.573 e o de mortes para 45.699. Os casos confirmados divulgados nesta data são de: janeiro (505) de 2023; dezembro (51), novembro (5), outubro (1), agosto (6), maio (1), abril (2), março (7), fevereiro (25) e janeiro (16) de 2022; julho (1) e abril (2) de 2021; e dezembro (2) de 2020.

Bem Paraná

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